quinta-feira, 15 de julho de 2010

E salve Dalva

Depois da despedida de Zêzê, chegou a vez de outras despedidas.. mais tristes, confesso ( até pq de Zêzê não vou sentir falta nenhuma), e eu rumei para Patos de Minas, Minas Gerais, Brasil...
Cheguei na rodoviária de Bh cheia de esperança do balai estar vaziiiiiiio como é de costume, mas dei com a cara no balcão de certa forma. A mocinha me disse que so tinha corredor, e lá fui eu para a cadeira 8!
Até aí tudo bem, ai quando entro no onibus chega uma senhora perguntando se a minha era a 8 ( confesso que Saraivei naquele momento e me deu vontade de dizer: não estou aqui só pra implicar o dono do lugar mesmo). A dela era a 9, e ela me disse que então ia pro final do onibus pq queria ir sozinha ( e eu tb ne), mas logo logo a doninha voltou pq o onibus estava LOTADO.
Na parte de trás do balai acho que tinham mais ou menos uns 15 estudantes de no máximo 20 anos e todos amigos... deu pra sentir o barulho que estavam fazendo??? Pois é.. tipo todo mundo falando junto, ao mesmo tempo e alto... uma verdadeira delícia.
Na hora que o balai saiu da rodoviária, Dalva ( nome da doninha do meu lado) abriu um saco de baconzitos e educadamente me ofereceu e eu tb educadamente recusei e comecei a ler meu livro.
Pouco tempo depois, Dalva saca uma banana da bolsa. Nesse momento eu pensei que a combinação talvez não fosse la das melhores, tadinha de mim... mas continuei lendo.
Dei uma leve fechadinha nos olhos e ai vem uma espécie de respingo no meu rosto... juro que pensei que fosse o ar condicionado, mas era Dalva.. dessa vez armada com uma maçã... pensei: misericóóóóóóórdia que isso não vai prestar... e Dalva dava o que tinha na maçã.
O tempo passou, a galera deu uma dormida e eu pensando que tudo ia na calma e santa paz, quando sinto um cheiro bem conhecido. Sim, Dalva tinha começado a comer agora uma mixirica ( tangerina, clementine, sei la qual mais nome) a minha sorte é que ela teve o bom senso de já levar o treco descascado né, senão ninguém merece!!!!!
Eu já não estava acreditando na comilança da pessoa, que ainda por cima tentava interagir de todo jeito, e eu meio que azeda e já com um pouco de indigestão de tanto ver ela comer não estava lá muito afim.
Fico pensando o que passa na cabeça de uma pessoa que fica tentado bater papo com uma pessoa que está lendo.. e pra não ser grossa, coloquei um óculos escuro e fechei os olhos, mas Dalva tava que tava e depois de comentar que meu óculos era grande ( sim, eu tive vontade de dizer que grande era o estomago dela, mas a pessoa aqui tem educação né...) resolvi voltar com o óculos de grau para que ela pudesse ver que eu estava de olhos fechados, ai Dalva se calou.
Paramos no meio do caminho e fiz questão de nem olhar por onde estava Dalva. Vai que eu dava de cara com a pessoa batendo uma pratada de macarrão??? Deus me ajude ... fui comer meu pastel de queijo e minha fanta uva ( pessoas finas tomam fanta uva)
Bom, o balai saiu e de dentro da bolsa de Dalva saiu um saco de cebolitos!!!
Juro que não estou exagerando em NADA, e quase pedi pra alguém mudar de lugar comigo, pq eu so pensava que baconzitos com banana, maçã, mixirica e cebolitos não podia dar coisa boa na saída...
Voltei a ler e Dalva a tentar um papo, mas como ela viu que do meu mato não ia sair muito coelho, começou um papo com os amiguinhos de perto, o que me fez parar de ler um pouco pq além de comer muito, Dalva fala muito alto. E por falar em livro.. na parada deixei o meu em cima do banco, e quando voltei pro meu lugar adivinha? Me vira Dalva e pergunta: desculpa perguntar, mas fui olhar seu livro pensando que era Sabrina, Julia, essas coisas que a gente lê em viagem, mas não é ne.. e eu não consegui entender nenhuma palavra que estava escrito nele, que língua é essa?
Acho que consigo imaginar a cara que fiz pra Dalva nesse momento. Como assim a pessoa mexe nas suas coisas e ainda tem a cara de pau de perguntar sobre?? Deu vontade de falar que era árabe, que eu era terrorista e que se ela fosse comer mais alguma coisa ou falar mais alguma coisa eu ia explodir o balai... puta que pariu viu!!! Mas educadamente disse que era Francês e Dalva me perguntou: Você lê em Francês???
Na minha cabeça nessa hora só vinha a imagem de uma mulher bomba, vestida de burca ( que podia até ser o meu óculos já que ela tinha achado ele tão grande) explodindo o balai... mas respirei fundo e sorrindo disse que sim ( educação britânica a minha)
Pois bem, voltando ao cebolitos...depois de traçar quase o saco todo, passou pela minha cabeça que nada mais caberia dentro de Dalva, e eu já estava pensando na dieta que comecei hoje.
Acho que inspirada pelo assunto que estava tendo com os coleguinhas, que era onde se vendia a melhor pamonha, o melhor doce de figo, o doce de leite mais cremoso, Dalva não se conteve... so vi um brilho saindo de dentro da bolsa dela. Sim, era um embrulho em papel alumínio... e dentro tinha duas toras de bolo de fubá.
Acho que tive azia pela primeira vez na vida só de pensar que aquele bolo ia fqzer companhia pra tanta coisa dentro dela, mas Dalva mandou as duas toras pra dentro lambendo os beiços.
Olha, se a viagem tivesse durado mais 1 hora, eu juro que ia começar a temer pelas páginas do meu livro, pq a mulher estava descontrolada...
Eu pensando na dieta, e Dalva se refastelando com qualquer coisa que tirava da maleta ( e olha que a maleta dela pelo vista é de dar inveja ao Gato Félix, ele guardava o carro na maleta, mas Dalva tira coisas do arco da velha lá de dentro, acho que se desse tempo corria o risco de rolar até um churrasco...)
Pelo menos cheguei bem em casa... veremos a volta

Nenhum comentário: